Hoje em dia no Brasil é bem mais fácil comprar carro do que há alguns anos. A farta oferta de crédito
contribuiu decisivamente para isso. Existem N opções de veículos. Temos
configurações mais básicas, mais luxuosas, motores mais econômicos, mais
potentes. As variações são enormes. Cabe a cada um avaliar as características
de um carro, sua autonomia, capacidade de carga, e todas as demais variáveis
para que faça a escolha mais acertada. A relação custo/benefício tem que ser a
mais atraente possível.
O carro é um excelente meio de transporte, indiscutivelmente. Se considerarmos uma crise extremada que coloque em risco a organização da sociedade que conhecemos hoje, será necessária a adoção de diversas providências para a conservação da sobrevida do sobrevivente e dos seus entes mais próximos. O carro contribuirá decisivamente para isso num clima dessa envergadura.
Mas hoje
vamos falar da preparação do carro do sobrevivente. Em primeiro lugar, é
possível escolher qual o tipo de veículo que você vai comprar, respeitando,
claro, os seus limites orçamentários. Escolhido o carro que melhor irá lhe
atender, vamos para o próximo passo; os cuidados com o ele.
Para que nosso veículo nos ofereça toda a segurança que pode, é necessário cuidar dele antes de ele cuidar de nós. A manutenção do sistema mecânico, a checagem das luzes, do nível do óleo, da água e do reservatório do limpador de para-brisa são providências que não podem deixar de ser tomadas em nenhuma hipótese. Andar com o carro sempre com o tanque cheio também é uma importante dica. Além de aumentar a vida útil da bomba e filtro de combustível, você pode aproveitar toda sua capacidade de quilometragem. A autonomia de um veículo é a distância em quilômetros que consegue percorrer com o tanque de combustível cheio até que ele esvazie completamente. Os pneus devem estar calibrados para economizar combustível e aumentar sua vida útil. Os documentos devem estar em dia e o documento de habilitação, dentro do prazo de validade.
Enfim, manter a manutenção em dia diminui muito a possibilidade de ficarmos na mão num momento crítico. Vamos ao assunto principal. Penso que o veículo seja a célula de sobrevivência de seu proprietário no dia a dia urbano. O sobrevivente tem no carro muito mais que seu meio de transporte, ele tem um transporte para seus meios (logísticos) e, devidamente preparado, pode ser muito mais útil que outro carro que não o foi. Quando carregamos utensílios mantenedores da vida numa mochila, durante uma caminhada estamos restritos a conduzir apenas o estritamente necessário porque estamos limitados a suportar esse peso todo em nossas costas. No carro é diferente. Você pode transportar mais coisas, desde que devidamente acondicionadas.
É importante que tenhamos no porta-malas do carro:
um rolo de
corda (uso de 20 metros);
um
minicompressor para encher pneu (ligado ao acendedor do carro);
um cabo para
recarga de bateria (cabo de chupeta);
um cantil de
água cheio;
um cabo de
aço com ganchos nas extremidades (para fazer pequenos reboques);
uma lanterna
com sinalizador (no mesmo corpo);
um galão de
5 litros (vazio);
uma mochila
contendo: um rolo de
barbante (de algodão), uma faca bem afiada, uma vela, uma caixa de fósforos, um
isqueiro, um rolo de silver tape, um apito, dois sacos plásticos de 100 litros,
cinco chumaços de algodão, torrone, maltodextrina, sabonete, serra de arame,
abraçadeira de plástico, lanterna a dínamo, preservativo, ferramenta
multi-função, luz química, cobertor térmico, sachê de açúcar e sal, pinça,
cortador de unhas,
uma lanterna
uma faca bem
afiada
um cantil de
água cheio
um kit de
primeiros socorros contendo: comprimidos
(dipirona, anti-térmico), água oxigenada, gaze, ponto falso, atadura, gelol em
sachê, termômetro digital, um medidor de pressão arterial digital, uma tala
para perna e uma tala para braço, abraçadeiras de plástico (esgana gato), um
envelope de CELOX (agente coagulante), um colar servical, duas bandagens.
Daí você me diz: nossa, que exagero. Não precisa de tudo isso. Minha resposta para essa opinião é: Você está equivocado. Sinto muito dizer, mas os fatos pretéritos mostram que vidas já foram perdidas por conta da falta da grande maioria de algum dos itens acima listados. Muitas mães estariam livres das lágrimas se seus filhos tivessem um só de algum dos materiais contidos em nossa relação ou que tivesse sido socorridos por algum motorista que se preocupa em manutenir a vida própria ou de terceiros. Certa vez, presenciei um acidente numa movimentada rodovia federal onde o motorista ficou com o cinto de segurança apertando excessivamente seu abdômen (o cinto estava mal ajustado na vítima antes do acidente). A trava do cinto havia entortado e portanto impossível de soltá-la. A única solução seria cortar o cinto, mas não havia ninguém entre os presentes no local que tinha consigo uma reles faca ou outro tipo de lâmina. Só depois da chegada do Samu que essa providência foi tomada. Felizmente esse fato não resultou no óbito da vítima, mas, num país em que morrem por ano, 50 mil brasileiros vítimas de acidentes automobilísticos, ficamos sabendo todos os dias de histórias em que o desfecho foi fatal.
Nos próximos posts vamos explicar a razão de ser das duas mochilas, a função de cada um dos itens mencionados, mesmo que ao vermos sua pura e simples descrição, já nos venha à cabeça uma ideia bem próxima da utilização de cada item. Analisarmos os detalhes nos permite ter uma ideia mais clara sobre todo o potencial que pode ser oferecido por cada um deles. O conhecimento é a salvação da verdade.
Até, sobreviventes!
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