segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Dicas de segurança para quem vai viajar no reveillón

Fim de ano, período de festas, comércio aquecido por causa do 13º salário. O próprio clima quente do verão brasileiro propicia programas feitos fora de casa. Ou fora de sua cidade. Viajar nessa época do ano é muito comum, pois coincide com o período de férias escolares. Alguns cuidados devem ser tomados para que não se tenha dissabores com o carro, com o trânsito, com pessoas oportunistas que por ventura encontramos no caminho. A seguir listamos algumas dicas de segurança para que o sobrevivente possa curtir as férias tranquilamente.
- Atentar, ao chegar ou sair de casa, para a presença de estranhos nas imediações. Antes de abrir o portão de sua casa para sair, cheque isso no sistema de câmeras, ou caso não tenha, abra o portão de pedestres primeiro, dê uma olhada nas imediações de sua casa, inclusive por baixo de carros que estão estacionados na rua. Só depois abra o portão maior para retirar seu veículo;
- Jamais dê carona a estranhos e não pare para auxiliar outros motoristas em locais ermos e horário avançado;
- Evite também deixar à mostra (ou mesmo sob os bancos) embrulhos, pastas e bolsas - o ideal é colocá-los no porta-malas do carro. Evite também deixar dinheiro em local visível;
- Evite colar adesivos, placas ou crachás que identifiquem o local onde você mora ou costuma frequentar. Tornar-se fácil de ser distinguido entre outros carros do mesmo modelo e de mesma cor que o seu pode colocar em risco sua segurança e a de sua família;
- Procure não transportar valores em seu carro quando estiver desacompanhado;
- Se um dos pneus esvaziar sem motivo aparente, não pare no primeiro momento, procure um lugar seguro para efetuar a troca;
- Ao parar em semáforos, fique alerta ao retrovisor de seu carro e mantenha o veículo engatado em 1ª marcha e distante do carro da frente o suficiente para arrancar, em caso de emergência;
- Evite atividades que tirem sua atenção do ambiente ao seu redor quando estiver parado (ex.: maquiar-se, falar ao celular, ler jornal, etc);
- Cuidado com falsos mecânicos, sempre solícitos, que aparecem “do nada” para ajudá-lo em locais ermos, tão logo seu carro entre em pane. Sinalize seu carro e peça apoio para a primeira viatura de polícia que cruzar por você.
- Dirija com os vidros fechados (se possuir película “insulfilm”, é melhor ainda), use o sistema interno de ventilação e portas travadas;
- Não deixe os seus documentos (nem os do veículo) no porta-luvas;
- Se for fumante, não fume parado no trânsito e muito menos com a janela aberta, pois essa conduta facilita a ação de criminosos, além de ser infração de trânsito;
- Se perceber estar sendo seguido por outro veículo, procure agir com naturalidade e dirija-se para ruas movimentadas. Se estiver indo para sua casa, passe direto por ela enquanto aciona a polícia pelo celular dando informações sobre seu veículo, o que está seguindo você e o local onde vocês se encontram;
- Procure estacionar em ruas iluminadas e próximo a locais vigiados dia e noite;
- Evite namorar dentro do carro, principalmente à noite e em lugares desertos. Já vi casos de abusos sexuais seguidos de assassinato do casal;
- Caso aconteça uma leve colisão na traseira do seu veículo e você desconfiar de algo, dirija-se até um local movimentado e procure uma viatura ou posto policial. Existem infratores que batem na traseira do carro da frente propositalmente para assaltar o motorista quando este desembarcar do carro para ver o estrago;
- Evite ostentar joias, celulares, câmeras digitais, notebooks ou tablets ou relógios de pulso. São ótimos atrativos para mal-intencionados de plantão;
- Evite deixar seu carro estacionado na rua, principalmente durante a madrugada;
- Desligue o carro, retire a chave do contato e tranque o veículo ao estacionar, mesmo que por poucos minutos.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Preparando o carro

Hoje em dia no Brasil é bem mais fácil comprar carro do que há alguns anos. A farta oferta de crédito contribuiu decisivamente para isso. Existem N opções de veículos. Temos configurações mais básicas, mais luxuosas, motores mais econômicos, mais potentes. As variações são enormes. Cabe a cada um avaliar as características de um carro, sua autonomia, capacidade de carga, e todas as demais variáveis para que faça a escolha mais acertada. A relação custo/benefício tem que ser a mais atraente possível. 

O carro é um excelente meio de transporte, indiscutivelmente. Se considerarmos uma crise extremada que coloque em risco a organização da sociedade que conhecemos hoje, será necessária a adoção de diversas providências para a conservação da sobrevida do sobrevivente e dos seus entes mais próximos. O carro contribuirá decisivamente para isso num clima dessa envergadura.

Mas hoje vamos falar da preparação do carro do sobrevivente. Em primeiro lugar, é possível escolher qual o tipo de veículo que você vai comprar, respeitando, claro, os seus limites orçamentários. Escolhido o carro que melhor irá lhe atender, vamos para o próximo passo; os cuidados com o ele.

Para que nosso veículo nos ofereça toda a segurança que pode, é necessário cuidar dele antes de ele cuidar de nós. A manutenção do sistema mecânico, a checagem das luzes, do nível do óleo, da água e do reservatório do limpador de para-brisa são providências que não podem deixar de ser tomadas em nenhuma hipótese. Andar com o carro sempre com o tanque cheio também é uma importante dica. Além de aumentar a vida útil da bomba e filtro de combustível, você pode aproveitar toda sua capacidade de quilometragem. A autonomia de um veículo é a distância em quilômetros que consegue percorrer com o tanque de combustível cheio até que ele esvazie completamente. Os pneus devem estar calibrados para economizar combustível e aumentar sua vida útil. Os documentos devem estar em dia e o documento de habilitação, dentro do prazo de validade. 

Enfim, manter a manutenção em dia diminui muito a possibilidade de ficarmos na mão num momento crítico. V
amos ao assunto principal. Penso que o veículo seja a célula de sobrevivência de seu proprietário no dia a dia urbano. O sobrevivente tem no carro muito mais que seu meio de transporte, ele tem um transporte para seus meios (logísticos) e, devidamente preparado, pode ser muito mais útil que outro carro que não o foi. Quando carregamos utensílios mantenedores da vida numa mochila, durante uma caminhada estamos restritos a conduzir apenas o estritamente necessário porque estamos limitados a suportar esse peso todo em nossas costas. No carro é diferente. Você pode transportar mais coisas, desde que devidamente acondicionadas. 

É importante que tenhamos no porta-malas do carro:
um rolo de corda (uso de 20 metros);
um minicompressor para encher pneu (ligado ao acendedor do carro);
um cabo para recarga de bateria (cabo de chupeta);
um cantil de água cheio;
um cabo de aço com ganchos nas extremidades (para fazer pequenos reboques);
uma lanterna com sinalizador (no mesmo corpo);
um galão de 5 litros (vazio);
uma mochila  contendo: um rolo de barbante (de algodão), uma faca bem afiada, uma vela, uma caixa de fósforos, um isqueiro, um rolo de silver tape, um apito, dois sacos plásticos de 100 litros, cinco chumaços de algodão, torrone, maltodextrina, sabonete, serra de arame, abraçadeira de plástico, lanterna a dínamo, preservativo, ferramenta multi-função, luz química, cobertor térmico, sachê de açúcar e sal, pinça, cortador de unhas,

É importante que tenhamos no banco traseiro do carro uma mochila pequena ou outra bolsa pequena desde que caiba os itens abaixo relacionados:
uma lanterna
uma faca bem afiada
um cantil de água cheio
um kit de primeiros socorros contendo: comprimidos (dipirona, anti-térmico), água oxigenada, gaze, ponto falso, atadura, gelol em sachê, termômetro digital, um medidor de pressão arterial digital, uma tala para perna e uma tala para braço, abraçadeiras de plástico (esgana gato), um envelope de CELOX (agente coagulante), um colar servical, duas bandagens.

Daí você me diz: nossa, que exagero. Não precisa de tudo isso. Minha resposta para essa opinião é: Você está equivocado. Sinto muito dizer, mas os fatos pretéritos mostram que vidas já foram perdidas por conta da falta da grande maioria de algum dos itens acima listados. Muitas mães estariam livres das lágrimas se seus filhos tivessem um só de algum dos materiais contidos em nossa relação ou que tivesse sido socorridos por algum motorista que se preocupa em manutenir a vida própria ou de terceiros. Certa vez, presenciei um acidente numa movimentada rodovia federal onde o motorista ficou com o cinto de segurança apertando excessivamente seu abdômen (o cinto estava mal ajustado na vítima antes do acidente). A trava do cinto havia entortado e portanto impossível de soltá-la. A única solução seria cortar o cinto, mas não havia ninguém entre os presentes no local que tinha consigo uma reles faca ou outro tipo de lâmina. Só depois da chegada do Samu que essa providência foi tomada. Felizmente esse fato não resultou no óbito da vítima, mas, num país em que morrem por ano, 50 mil brasileiros vítimas de acidentes automobilísticos, ficamos sabendo todos os dias de histórias em que o desfecho foi fatal.

Nos próximos posts vamos explicar a razão de ser das duas mochilas, a função de cada um dos itens mencionados, mesmo que ao vermos sua pura e simples descrição, já nos venha à cabeça uma ideia bem próxima da utilização de cada item. Analisarmos os detalhes nos permite ter uma ideia mais clara sobre todo o potencial que pode ser oferecido por cada um deles. O conhecimento é a salvação da verdade.

Até, sobreviventes!






quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Os famigerados kits

Os famosos kits de sobrevivência estão por todos os lados. Aqui e ali vemos sugestões de todo gênero do que se carregar diariamente. O que ocorre é que não existe uma forma de bolo, um kit universal que atenderá a demanda de todos os tipos de pessoas. Na maioria das vezes a necessidade de uma pessoa coincide com a necessidade de outras. Mas não é sempre assim. Cada pessoa tem sua peculiaridade. Existem pessoas que incluem cigarros em seus kits. As necessidades básicas são as mesmas, mas as demais são muito inerentes a cada um. 

Os aspectos a serem cobertos por um kit de sobrevivência procuram atender às necessidades básicas de uma pessoa. Esses aspectos são: navegação, sinalização, comida, água, abrigo, fogo. Como forma de facilitar a visualização do contexto, podemos dividir – para fins didáticos – os kits em:

·         kit portátil (também conhecidos por kit de emergência, kit básico, kit diário)
Compreende os itens estritamente essenciais para fornecer sobrevida a uma pessoa. Não incluímos aqui gêneros alimentícios nem água. A ideia é abranger os meios para se encontrar o produto final, ou seja, inserimos formas de se purificar a água e não a água em si; meios para se conseguir alimento e não alimento em si. É necessário – sobretudo neste tipo de kit mais enxuto – que o sobrevivente simule, use, teste, conheça os itens do kit como a palma de sua mão.  

·         kit base
Compreende o maior volume de suprimentos de que o sobrevivente dispõe.  É o estoque principal. É importante que esse montante de provisões esteja alojado onde o sobrevivente mora por ser o local mais provável que o sobrevivente esteja quando o evento danoso ocorrer.

·         kit móvel
É aquele kit que transportamos no carro. Nossa sugestão é que ele esteja alojado dentro de uma mochila resistente e esta seja acondicionada no assoalho do banco traseiro do lado direito (atrás do banco do carona). Se for possível prendê-la ao assoalho, tanto melhor, pois na eventualidade de uma colisão a mochila não se tornaria um projétil a ser arremessado contra os ocupantes do carro. Subsidiariamente é possível também alojar a mochila no porta-malas.

·         Kit secreto
É guardado no ponto 2. O sobrevivente deve ter consigo que certos eventos danosos inutilizarão sua casa. Com a ausência do suporte logístico principal o sobrevivente deve ter um plano B, um local secreto em que possua outra reserva de mantimentos. Esse local é para onde o sobrevivente se moverá ao abandonar sua casa.

Falaremos detidamente sobre cada um deles, elencaremos nossas sugestões sobre o que cada kit deve conter, diremos sobre a importância de se ter controle do prazo de validade de cada item, sobre a manutenção de componentes mecânicos, sobre as necessidades peculiares que cada pessoa tem ao montar um kit. Obviamente a nomenclatura dada acima a cada kit é apenas uma sugestão, já que o importante não é o nome em si, mas sua função, sua composição e os fins a que se propõe.

Sobreviver em meio hostil

Seis da manhã. Acordamos, levantamos, fazemos nossas necessidades fisiológicas e escovamos os dentes, comemos a refeição matinal e saímos para trabalhar. Já no portão vemos a rua - geralmente coberta por algum tipo de pavimento - vemos pessoas, carros, ônibus.  Chegamos ao local de trabalho e vemos os colegas, os superiores. Isso é o que chamamos de sociedade organizada - apesar de suas imperfeições estruturais.

Em Sociologia, uma sociedade significa associação amistosa com outras pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes e que interagem entre si constituindo  uma comunidade. A evolução da humanidade está diretamente ligada à necessidade humana de satisfazer anseios particulares. Platão estava certo ao afirmar que a necessidade é a mãe da invenção. Por isso o homem inventa, se arranja, cria métodos e técnicas para satisfazer suas necessidades de defesa, alimentares, construtoras, de preservação da vida (medicina, odontologia).

Nessa linha de raciocínio temos as técnicas de sobrevivência em meios hostis. Hostil caracteriza qualquer meio ou conduta que oferece risco à vida, à segurança, à saúde, ao patrimônio de alguém, entre outros. Mesmo que não tenha sido hostil por todo o tempo, um ambiente, uma casa toda, uma rua, um bairro, uma cidade, um país, ou o que é pior, o mundo todo, pode, em algum momento, oferecer risco à manutenção da vida humana e então isso exigirá de você providências urgentes para permitir sua sobrevida naquele meio hostil. Antecipar ações, armazenar víveres, trazer consigo kits de utensílios, podem ser o fator determinante entre a continuação da vida, ou do extermínio dela.

Trataremos com mais detalhes aqui no blog acerca de meios para que uma pessoa urbana com pouco ou nenhum treinamento em sobrevivência possa sobressair de uma situação de emergência e ser testemunha do fato que desencadeou a crise.

Posso afiançar de antemão que quanto mais conhecimento nessa área trazermos conosco, menos equipamentos traremos na mochila. A mochila pode estar lotada de comida, medicações, lâminas de várias características, um grande novelo de corda e outras tantas coisas. Inútil tudo isso se não se conhece as especificações básicas de seu equipamento. Saber usar os recursos disponíveis em momentos de crise é probabilidade maior de manter-se vivo.

Trataremos sobre um sem número de informações e conhecimentos sobre sobrevivência que levarão peremptoriamente a uma maior capacidade de ler o ambiente, de fazer prognósticos dos cenários político, climatológico, econômico, astronômico e sociológico.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Um breve comentário

Olá.
Vivemos um ritmo de vida alucinante nos dias de hoje. Internet, globalização, tecnologia de ponta, nanotecnologia. Aprimoramos os meios de comunicação, obtemos imagens da superfície marciana com “apenas” dez minutos de atraso (o tempo que a luz demora para viajar da Terra à Marte ou vice-versa). Enviamos sondas ao espaço profundo, sintetizamos drogas para várias doenças, explodimos a bomba nuclear. A produção do conhecimento humano atingiu patamares inimagináveis há 100 anos.
No entanto, o que faríamos se faltassem todos os recursos tecnológicos disponíveis atualmente? Conseguiríamos produzir fogo com duas pedras? Conseguiríamos caçar? Sobreviveríamos a uma hecatombe? 
O homem se depara constantemente com situações que exigem atenção, criatividade, solução rápida. Dominar técnicas arcaicas de sobrevivência podem ser uma boa solução e talvez o liame entre a vida e a morte. Nossa proposta aqui é apresentar dicas e sugestões de como enfrentar situações adversas, utilizar técnicas eficazes e fartamente comprovadas em campo, demonstrar ferramentas e dispositivos utilizados desde os primórdios pelo ser humano.
Conhecimento não ocupa espaço e sempre é bem-vindo. Abrir a mente a uma nova ideia pode significar a continuidade de nossa milenar luta pela sobrevivência.
Seja bem-vindo.