Essas dicas são para você se preparar
para um ataque futuro, mesmo que ainda improvável no teatro dos acontecimentos geopolíticos mundial (o que não o caso se considerarmos a crise na Ucrânia).
Elabore um planejamento de suas ações: Organização e planejamento são pilares de
sustentação de uma ação bem desenvolvida e coroada com sucesso. Se você cogita
a possibilidade de que o “simples” fato de existirem armas nucleares em nosso
planeta possa ser um indicativo de que algum dia elas possam detonar em locais
em que o Brasil não se livre dos efeitos da explosão ou mesmo dos efeitos da
radiação resultante, você deve elaborar um planejamento criterioso para esse
impasse. Mas para quê? Para se livrar do desespero avassalador que se abate
sobre pessoas que não estão preparadas psicológica ou logisticamente, para
enfrentar uma crise repentina. Se um ataque nuclear acontecer, não será seguro se aventurar pelas ruas em busca de alimentos, de água, de ajuda. O caos pode ter se generalizado e a chance de você arrumar mais problemas do que soluções é grande. Elabore um detalhado plano contendo basicamente as primeiras providências a serem tomadas após o conhecimento do ataque, itens armazenados e onde podem ser usados, prováveis locais para fuga, em caso de colapso do seu abrigo, o que fazer em várias outras situações, etc.
Os órgãos oficiais dizem
que você deve se abrigar de possíveis efeitos da radiação por, no mínimo, 48
horas. Mas de tanto pesquisar pela internet afora, eu cheguei a conclusão de
que o tempo absolutamente mínimo para sair do abrigo é 9 dias. Explico-me. A
chuva que cai torrencialmente após a detonação nuclear traz restos dos
materiais pesados e radioativos que se desprenderam do núcleo do artefato no
momento da explosão. Esse material fica em suspensão no ar por alguns dias.
Quanto mais você puder proteger sua pele do contato com esse tipo de material,
melhor para você. Ter alimentos, água e suprimentos médicos à mão pode acalmar seu estado psicológico e permitirá que você se concentre em outros aspectos da sobrevivência
(que são muitos).
Estoque alimentos: Determinados alimentos podem
durar anos, se devidamente acondicionados e armazenados. São os liofilizados,
enlatados, e os embalados com determinados condimentos que prolongam em muito
tempo a vida útil do alimento (falaremos mais detalhadamente disso em momento
oportuno). Escolha itens que contenham muito carboidrato, para o fornecimento
de mais energia para seu corpo, e os armazene em um local fresco e seco. Alguns
itens que devem se fazer presentes são: arroz branco, trigo, feijão, açúcar, aveia,
macarrão, leite em pó, frutas e vegetais secos. Construa lentamente seu estoque,
com paciência e seguindo o contido no seu planejamento. Sempre que você for ao supermercado, pegue um ou mais itens para seu
estoque de comida. A quantidade de alimento que você vai armazenar depende do
tempo que você definiu como meta para ficar
no abrigo e do seu consumo diário. Quanto
mais tempo permanecer abrigado, mais alimento a ser estocado – regra básica.
Existem cálculos em termos de consumo mínimo calórico por dia que um ser humano
deva consumir que é de 2000 calorias por pessoa. No entanto, em situação de
sobrevivência, em que você não sabe até quando vai precisar de seu estoque de
alimento sem ter de recorrer ao meio externo para consegui-lo, aconselho a
diminuir a quantidade de calorias consumidas, até porque você estará a maioria
do tempo em repouso e esse estado consome menos energia.
Mesmo que não seja necessário o uso desses alimentos e quando sua vida
útil estiver chegando ao fim, utilize-o em sua alimentação cotidiana e depois
reponha o estoque. Outra coisa importante: certifique-se de ter um abridor de
latas para alimentos enlatados.
Armazene água: considere manter um suprimento de água em
recipientes plásticos. Limpe os recipientes com uma solução alvejante, depois
os encha com água filtrada ou destilada.
A dica para cálculo de quantidade é 4 litros por pessoa por dia. Para purificar água, mantenha água sanitária e
iodeto de potássio por perto (ou comprimidos de clorin).
Disponha de meios de comunicação: manter-se
informado, bem como alertar os outros de sua posição, pode ser valioso para sua
vida.
Rádios: acredite! você vai precisar [e muito] de um rádio. Se for com 12 faixas de frequência é melhor, mas não escolha um rádio que tenha menos que 7 faixas. Os de 7 e 12 faixas são capazes de sintonizar emissoras que transmitem
em ondas curtas que é a faixa de frequência que atravessa enormes distâncias,
inclusive oceanos. Veja:
· Ondas Curtas - 2.3 MHz a26.1 MHz,
divididas em quinze bandas, apresentam longo alcance, porém baixa qualidade de
sinal. As mais usadas são de 49, 31, 25 e 19 metros.
· Ondas Médias - 520 kHz a 1610 kHz,
utilizada nas Américas, esta banda possui médio alcance.
· Ondas Longas - 153 kHz a 279 kHz,
não disponível no hemisfério oeste, é usado para transmissões na Europa, África, Oceania e
parte da Ásia.
· Ondas Tropicais - 2300 kHz-5060 kHz de
120-90-60 metros, utilizada entre os Trópicos, esta banda possui longo alcance,
razoável qualidade de sinal.
Um rádio pode ser o único meio de comunicação disponível para se saber o
que está acontecendo no mundo, caso a falência da internet, sistema elétrico e
canais de TV tornarem-se inoperantes. Isso pode ser a diferença entre viver ou
morrer. Rádios que captam estações que estão transmitindo a grandes distâncias
podem nos fornecer informações preciosas acerca da extensão da explosão, da
possibilidade de se sair ou não do abrigo, etc. Tente encontrar um rádio que
seja movido à energia solar ou à manivela. Se você tiver que usar um modelo à
pilha, certifique-se de ter à mão pilhas extras. Manter um gerador de energia, mesmo aqueles pequenos de pouca potência, é essencial para sua sobrevivência. Recarregar um celular, ligar um rádio, acender uma lâmpada podem fazer a diferença entre o desespero e a tranquilidade.
Apito: útil no caso de ser imperativo
pedir ajuda e a outra pessoa esteja longe demais para ouvir um grito seu, ou de
você estar gritando contra o vento. Parece besteira, mas um simples apito já
salvou inúmeras vidas.
Telefone celular: O serviço de
telefonia celular pode ou não ser mantido. Se assim for, tanto melhor, mas essa
possibilidade é pequena. Mesmo assim, encontre um carregador solar para o seu
modelo.
Estoque suprimentos médicos: ter em estoque
alguns itens médicos disponíveis pode fazer a diferença entre viver e morrer se
você for machucado em um ataque. Você precisará de:
· Um kit básico de primeiros socorros: Você pode comprar estes kits
prontos, ou fazer o seu mesmo. Você precisa de gazes esterilizadas e curativos,
pomada antibiótica, luvas de látex, tesoura, pinças, um termômetro e um
cobertor.
· Um livreto de instrução de primeiros socorros: Compre um desses, ou
monte seus próprios materiais impressos da internet. Você deve saber como fazer
curativos em feridas, administrar RCP, tratar choque e queimaduras. Mas devo
lembrar que se todas as informações que estão contidas no livreto, estiverem
assimiladas pelo sobrevivente ele terá muito menos sofrimento numa situação que
já é desesperadora.
Medicamentos de prescrição médica e suprimentos: Se você toma um
medicamento específico todos os dias, tente se assegurar de guardar um pequeno
suprimento de emergência. Quanto ao prazo de validade dos medicamentos,
consuma-os conforme a necessidade, mas renove o estoque.
Consiga outros itens diversos. Conclua seu
kit de emergência com o seguinte: uma lanterna e pilhas; máscara de proteção contra pó; papel filme e fita adesiva; sacos de lixo, lacres de plástico e lenços umedecidos para limpeza
pessoal; uma caixa de ferramentas.
Gostaria de fazer um adendo.
Compre aqueles plásticos pretos e grossos que são vendidos em lojas de material
de construção. Tire medida de suas janelas e portas e compre os plásticos para
cada uma delas. Numerar as portas e janelas e corresponder os números nos
plásticos poupará seu tempo. Essa vedação é importante para que não entre
poeira radioativa em sua casa. A vedação é feita com o plástico e com fita
adesiva (eu prefiro a fita silver tape (aquelas prateadas) que são resistentes
e grossas).
Fique de olho nas notícias. Um
ataque nuclear provavelmente não virá sem aviso da nação agressora. Tal ataque
seria precedido por uma deteriorante situação política. Uma guerra com armas comuns
entre as nações que possuem armas nucleares, se não concluída depressa, pode se
intensificar e tornar-se uma guerra nuclear e até mesmo ataques nucleares em
uma região pode se transformar em uma guerra nuclear mundial.
Muitos países têm
um sistema de classificação para indicar a iminência de um ataque. Nos Estados
Unidos e Canadá, por exemplo, pode ser útil saber o nível de DEFCON (DEFesa CONdição).
Aprenda a diferença entre as armas nucleares.:
· Fissão (Bombas-A): arma nuclear mais básica e são incorporadas em outras
classes de armamentos. Esta bomba é feita à partir da divisão de um núcleo
pesado (plutônio e urânio) com nêutrons; pois a divisão de átomos do urânio e
do plutônio libera grandes quantidades de energia - e mais nêutrons.
Os nêutrons perigosos causam uma reação nuclear em cadeia
extremamente rápida. As bombas de fissão foram os únicos tipos de bombas
nucleares usadas em guerra, contra humanos, até agora.
· Fusão (Bombas-H): usando o incrível calor de uma "vela de
ignição" de uma bomba de fissão, comprime e aquece o deutério e o trítio
(isótopos do hidrogênio, que se fundem, liberando uma imensa quantidade de
energia). As armas de fissão também são conhecidas como armas termonucleares,
já que é necessário altas temperaturas para fundir o deutério e o trítio; tais
armas são geralmente muitas vezes mais poderosas do que as
bombas que destruíram Nagasaki e Hiroshima.