sábado, 10 de maio de 2014

Armazenamento de alimentos I

Conservar e estocar alimentos é uma boa estratégia para ter a despensa preparada para tempos difíceis. Caso o abastecimento rotineiro seja diminuído ou mesmo interrompido, pelas mais diversas razões, é aconselhável que se tenha um estoque de alimentos em casa, para que o desespero não lhe visite, como visitará outras tantas pessoas que não se preocupam com situações inesperadas e que pensam que os centros de abastecimentos sempre estarão à disposição para fazer compras. Caso ocorra algum evento potencialmente danoso que cause colapso na logística comercial de abastecimento de gêneros alimentícios, a primeira providência a ser tomada por muitas pessoas é a corrida a supermercados para montar um estoque precário em casa. Essa é a primeira situação em que o cidadão comum se deparará com a nova realidade, num cenário em que a normalidade se foi com o evento causador da crise, e que demanda novas providências para a manutenção da vida.
A seguir veremos formas de se estocar alimentos para fazer frente a essas situações inesperadas.

Armazenamento de grãos
Todo o grão a ser armazenado deve ser de ótima qualidade, bem escolhido e estar bem secos. Pode-se secar os grãos ao sol ou no forno. Para secá-los no forno, proceda da seguinte maneira:
  • Aqueça o forno em fogo brando por 10 minutos e então desligue;
  • Em seguida, coloque os grãos dentro do forno, tomando o cuidado de manter a porta semi-aberta, com um calço de pano;
  • Enquanto os grãos esquentam (+ ou – 5 min.), misture-os bem, cuidando para que não torrem.
Esse processo é válido para qualquer tipo de grão: arroz, feijão, ervilha, lentilha, trigo em grão, milho de pipoca, soja, aveia em grão, grão de bico, trigo pra quibe, canjica, macarrão de sêmola solto e outros.
Lave os vasilhames com água e sabão, umedecido com álcool. A tampa pode ser de rosquear ou qualquer outra que feche bem. No caso de o vasilhame ser de lata, depois de lavá-lo bem, passe as emendas do fundo e do lado sobre a chama do fogão para que fique bem seco.
Deixe esfriar e pincele as emendas com parafina derretida em banho-maria.
  • Pode-se também lavar bem os vasilhames com água e sabão e deixar secar bem; depois de bem seco despejar um litro de álcool e ir passando de um para o outro, deixando evaporar bem o álcool e armazenar...
Nota: Depois de fechar o recipiente usando qualquer método de armazenamento, etiquete anotando o conteúdo e a data.
Formas de armazenamento:
    1. Com alho
    2. Á vácuo
    3. Com gelo seco
    4. Com óleo
    5. Pimenta do reino
  1. Com alho - A conservação é de 1 a 2 anos:
  • Use garrafas ou balde plástico ( de no máximo 2 litros) bem limpos;
  • Escolha e seque os grãos;
  • Encha o vasilhame até uma altura de quatro dedos;
  • Assente bem os grãos, batendo com as mãos na lateral do recipiente;
  • Coloque dois dentes de alho com casca (os dentes devem ter a casca inteira, sem rachadura);
  • A cada quatro dedos repita o processo até encher a garrafa ou balde. Não deixe espaço entre os grãos e a tampa;
  • Tampe e vede bem com fita adesiva e coloque a data.
  1. Á vácuo – A conservação é de 1 a 5 anos, dependendo do alimento armazenado:
  • Coloque os grãos no vasilhame escolhido, até faltarem três dedos para enchê-lo totalmente;
  • Assente bem os grãos, batendo com as mãos na lateral do recipiente para tirar o ar;
  • A seguir faça uma conchinha com um pedaço de papel alumínio e coloque no centro dela um chumaço de algodão embebido em um pouco de álcool;
  • Ateie fogo ao algodão e tampe imediatamente a lata, vidro ou plástico. O fogo consumirá todo o oxigênio no interior do recipiente, impedindo assim o desenvolvimento de qualquer tipo de vida aeróbica.
Se o vasilhame for de plástico, proteja o lado interno da tampa com um pedaço duplo de papel alumínio colado com fita adesiva. Para terminar a vedação, passe vário volta de fita adesiva ao redor da tampa.
Se for um recipiente de lata, pincele com parafina derretida as bordas da tampa e dispense o uso da fita adesiva.
  1. Com gelo seco – A conservação é de 1 a 3 anos:
  • Coloque na garrafa uma porção de grãos até atingir uns três dedos de altura.
  • Coloque uma pedrinha de gelo seco (10 a 15 gr cada 2 kg de grãos).
  • Encha o recipiente até a boca, coloque a tampa e não rosqueie durante uma hora.
  • Após este tempo, rosqueie a tampa.
  • Depois de 10 minutos, abra para verificar a pressão e então feche bem e lacre com fita adesiva.
Este método é bom para armazenar grandes quantidades de grãos, devendo-se usar.
250 gr de gelo seco para cada 50 kg até 100 kg. Neste caso, feche o recipiente por seis horas sem pressionar a tampa.
  1. Com óleo – A conservação é de 1 ano:
  • Misture bem cada quilo de grão com uma colher de sopa de qualquer tipo de óleo vegetal comestível (5 ml). Os grãos devem ficar brilhantes e bonitos.
  • Guarde os grãos já misturados com óleo em sacos plásticos.
  • Coloque os sacos plásticos em recipientes mais duráveis (plásticos ou latas), para evitar que os grãos sejam atacados por insetos ou roedores.
ATENÇÃO: Esse processo impede a proliferação de insetos nos grãos, mas permite que eles brotem se forem plantados depois de armazenados.
  1. Pimenta do Reino – Proceda da mesma forma que o armazenamento com alho.
Armazenamento de farináceos
Farinha de trigo, farinha de milho, farinha de rosca, farinha de mandioca, fubá.
  1. Folha de Louro – uma folha para cada quilo de farinha, exemplificando:
½ kg de farinha + folha de louro + ½ kg de farinha. (usar para alimentos salgados)
  1. Cravo da Índia - ( usar para alimentos doces)
Atenção: A soja é um dos poucos grãos que pode ser armazenado ao natural, sem qualquer processo artificial, como os que ensinamos. Basta colocá-la nos vasilhames ou em sacos, guardando em lugares secos e ventilado.
Macarrão:Usar garrafa pet. Se for a de 2litros acrescentar 1 colher sopa de sal, se usar a de 1litro acrescentar 1 colher de sobremesa de sal junto com o macarrão e de 6 em 6 meses mexer para que o sal não fique só no fundo.

Armazenamento de água

Recomenda-se armazenar água para 2 semanas pelo menos.

A quantidade recomendada para duas semanas é de 30 litros por pessoa para beber e outros 30 para asseio pessoal (mãos, dentes e para lavar a louça). Total 60 litros por pessoa para 2 semanas.
  • Esterilize o recipiente. Ferva a água mantendo 5 minutos em ebulição. Espere esfriar e coloque a água no recipiente. Adicione 2 gotas de Hipoclorito de Sódio (alvejador ou cloro) para cada litro de água ou ½ colher de chá para 20 litros de água. Verifique a concentração do cloro (5%) para estar seguro de quanto se deve usar.
Outra maneira de purificar a água é usar HIDROSTERIL. (Hidrosteril: Usado para purificar a água e higienizar frutas e saladas. O produto pode ser encontrado em farmácias e super mercados
  • Uma gota de Hidrosteril para cada 1/2 litro de água.

Armazenamento de ovos.
1. Usar ovos bem frescos para armazenar.
Compre-os diretamente da granja.
Arrume os ovos com cuidado num recipiente de vidro e cubra-os com uma solução de cal virgem. 250 gramas de cal virgem para 4 litros de água.
Duração: 06 meses
2 . Arrume os ovos frescos num recipiente de vidro.
Ferva 250 gramas de sal em 2 litros de água. Deixe esfriar depois despeje em cima dos ovos. Depois de 20 dias, retire os ovos e guarde-os na geladeira.
Duração: 01 ano
Atenção: as galinhas botam muitos ovos do mês de agosto até o mês de novembro. É o tempo da postura. A dúzia de ovos é barata porque há fartura. As mesmas galinhas põem poucos ovos de fevereiro a maio. É o tempo da quaresma. Em virtude da pequena quantidade, a dúzia de ovos é mais cara.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Dicas de segurança II

Vamos continuar esse pequeno compêndio de dicas de segurança com as orientações para quem vive a maior parte do tempo no meio rural:

  • Cuidado ao manusear ferramentas agrícolas, fertilizantes, produtos veterinários, etc. utilize equipamentos de proteção individual;
  • Realize sempre a manutenção de máquinas e equipamentos agrícolas;
  • Cuidado com a exposição prolongada ao sol. Utilize protetores solares, além de roupas e bonés;
  • Cuidado com ventos e chuvas fortes. Procure um local coberto e seguro;
  • Cuidado com o ataque de animais como aranhas, cobras, escorpiões, morcegos, barbeiros, etc. Utilize botas e luvas ;
  • O uso inadequado de ferramentas, motores, colhedeiras, arados, tratores, etc podem causar acidentes. Dê instruções detalhadas quanto ao seu uso correto;
  • Riscos biológicos causados por animais (aranhas, cobras, escorpiões, sapos, ratos, etc), bem como contaminação por bactérias, fungos, vírus, etc que podem causar doenças como tétano, raiva, cólera, tuberculose, entre outras, também devem ser observadas;
  • Em todos esses casos é necessário que o homem do campo receba informações de como se prevenir e evitar acidentes.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Dicas de segurança I

Infelizmente nosso país vive um clima de intranquilidade social, posto que os delitos acontecem, mas dificilmente são punidos da forma com que a lei prevê. Vemos pela televisão, pelos sites de notícia na internet, fatos que facilmente poderiam se encaixar no rol dos delitos macabros. A sociedade brasileira atravessa um processo de medo e terror, estando os moradores acuados, impedidos de se defenderem corretamente, praticamente à mercê dos marginais que assolam nosso país.

No entanto, algumas dicas simples de segurança podem minimizar muito a vitimização por parte do cidadão de bem. As dicas deste post são voltadas a pessoas que andam a pé pelas ruas das cidades. Obviamente, nem em cidades pequenas estamos livres do crime, pois ele migra dos grandes centros urbanos (mais bem policiados) para cidades menores (que possuem estrutura policial mais frágil). Veja algumas orientações simples de serem adotadas que podem livrar você do pesadelo que é ser vítima do crime no Brasil:

  • Mantenha sempre sua atenção na rua, no metrô, no ônibus, em centros comerciais, etc;
  • Tenha especial atenção às pessoas à sua volta. Lembre-se: os assaltantes valem-se principalmente do fator surpresa e da desatenção para atacarem suas vítimas;
  • Aparente sempre calma, confiança e domínio do que está fazendo e de onde quer chegar. Evite demonstrar que esta perdido ou procurando por algum endereço ou local;
  • Não peça orientações a estranhos. Procure bases da polícia militar ou estabelecimentos comerciais;
  • Não ande sozinho, especialmente à noite;
  • Após o trabalho, escola ou festa espere pela companhia de um amigo para saírem juntos;
  • Evite passar por locais desertos ou pouco iluminados;
  • Evite cortar caminho por becos, vielas, ruas desconhecidas, terrenos, construções, etc;
  • Não pare para atender pedidos que lhe despertem desconfiança. Confie em seus instintos. Dificilmente alguém vai parar você na rua para lhe oferecer alguma vantagem. Via de regra apenas pedem algo para você (isso quando não lhe pedem um real, que é o mesmo que dizer que "isso é um assalto");
  • Evite locais com aglomerações de pessoas, pois estes locais facilitam a ação de “Batedores de carteira” e oportunistas;
  • Ao pressentir a aproximação de estranhos em atitude suspeita entre no primeiro local habitado que encontrar e peça ajuda;
  • Mantenha todos seus objetos pessoais, como carteiras, pochetes, celulares, sacolas e bolsas, à frente de seu corpo;
  • Bolsas devem ser discretas e transportadas a frente de seu corpo com sua mão sobre seu fecho;
  • Desconfie de esbarrões, empurrões ou cotoveladas;
  • Não use local isolado para encontros amorosos, pois este é um comportamento de risco;
  • Desconfie de estranhos com conversa envolvente que tentem aproximação;
  • Não aceite convites de pessoas que tenha acabado de conhecer: na rua, em bares ou casas de diversão noturna, etc;
  • Evite utilizar jóias (correntinhas, relógios, medalhas, braceletes, etc) e roupas que chamem a atenção ou demonstrem serem de valor;
  • Não carregue objetos de valor, grandes quantias em dinheiro ou cartões de crédito se não houver necessidade. Caso necessário, procure guardá-lo de modo seguro e discreto e siga diretamente para seu destino;
  • Evite retirar sua carteira em público;
  • Evite manusear ou efetuar pagamentos com notas altas. Separe previamente o dinheiro necessário para pequenas despesas, como café, cigarro, condução, etc;
  • Separe o dinheiro em bolsos diferentes;
  • Procure caminhar no centro da calçada e contra o sentido do trânsito, pois é mais fácil perceber a aproximação de algum veículo suspeito. Se algum motorista o incomodar mude de direção e ande em sentido contrário ao fluxo;
  • Conheça o local onde você mora e trabalha. Certifique-se da localização de unidades da polícia, bombeiro, hospitais, telefones públicos, lojas 24 horas, etc;
  • Caso você seja vítima de roubo fique calmo, não faça movimentos bruscos. Evite gritar ou discutir - seu nervosismo poderá aumentar a tensão e provocar uma atitude mais agressiva em seu desfavor;
  • Sempre que possível, faça seus pagamentos com cheques nominais e cruzados;
  • Procure variar seus horários e fazer rotas diferentes para deslocar-se de casa ao trabalho ou escola;
  • Não use bolsos traseiros para carregar carteira ou dinheiro;
  • Fique atento quando parar no semáforo para pedestres;
  • Computadores portáteis (notebooks, handhelds) devem ser transportados discretamente. Evite as típicas maletas para notebooks e esteja sempre atento. Fazer seguro deste tipo de equipamento pode ser uma boa alternativa;
  • Cuidado ao atender seu celular nas ruas e grandes centros comerciais. Verifique antes se não há ninguém ao seu lado;
  • Se você notar que está sendo seguido, aja com naturalidade, entre em qualquer lugar público e ligue para a Polícia Militar (190);
  • Não deixe de comunicar a presença de elementos suspeitos nas proximidades de sua casa;
  • Ao retornar, notando algum sinal estranho (porta aberta, luzes acesas, etc.), não entre em casa, chame a polícia;
  • Prefira pagar com cheque ou cartão, assim, você não precisa levar grandes quantias em dinheiro;
  • Se você beber, faça-o moderadamente, para não perder os reflexos e a vigilância.

Fim do mundo

O mundo pode acabar? Sim. É uma máxima no mundo da Astronomia que tudo se renova no Universo. Estrelas se formam em nuvens primordiais, começam a queimar o hidrogênio e o transforma em Hélio, formam-se planetas ao seu redor [em alguns casos, forma-se a Vida]. Depois de um tempo mais ou menos longo [conforme o tamanho da estrela] essa estrela explode e o material ejetado é utilizado na formação de uma nova estrela e assim sucessivamente. O Universo se renova incessantemente.

Pois bem. Sabemos que existem muitas informações pela internet afora, que dizem que nosso mundo vai acabar. A própria Bíblia prevê isso, bem como uma infinidade de sensitivos, médiuns, estudiosos do assunto. Recentemente, caiu na internet o conteúdo de visões tidas por um certo São Malaquias, que diz que depois da época que ele viveu, haveriam mais 112 papas no comando da igreja católica e então o mundo se acabaria. Acontece que o 112º papa é o atual. Então devemos afirmar que o mundo vai acabar? Para afirmar isso é necessário primeiramente que se acredite nisso.

Aqui você pode ter uma ideia do que diz São Malaquias.

Aqui você conhece um pouco sobre o que Nostradamus previu em sua bacia dágua.

É bem verdade que os Maias erraram na data de 21 de dezembro de 2012, e é correto também que muitas outras profecias falharam ou não foram corretamente interpretadas.

Outras profecias dizem que por volta de 2019, um planeta pertencente ao nosso sistema solar se aproximará muito da Terra e esse fato acarretará mudanças profundas e irreversíveis em nosso planeta. O que complica essa profecia, é que o Espiritismo corrobora essa assertiva. E como eu tenho fé nessa doutrina, a coisa começa a ficar séria, no meu ponto de vista. Veja aqui e aqui.

Se existem profecias falhas, existem outras que ainda não aconteceram, pois ainda não chegou a data prevista. Pelo sim, pelo não, vejo que é importante preparar-se não só logisticamente, mas acima de tudo espiritualmente, porque o que ainda não aconteceu, não existe. Se recebemos o aviso para nos prepararmos, o mínimo que podemos fazer é seguirmos o bom senso e nos prepararmos.

Não quero ser catastrófico nem anunciar o fim dos tempos. Até porque, mesmo se considerarmos o que diz algumas correntes, o mundo não vai acabar em 2019, mas sim, se renovar após um determinado período de tempo imerso em dor e provas aspérrimas.

Prepare-se, treine, faça planejamentos mentais sobre situações inesperadas. Estar preparado para o desconhecido é o primeiro passo para torná-lo conhecido.



Até, sobreviventes.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Consumo reduzido de água em situação de sobrevivência

A água é o combustível da vida. Não resta a menor dúvida. O ser humano tem grande parte de seu corpo composto por água. Cerca de 75% do peso de um músculo humano é composto por água. O sangue por sua vez contém 95%, a gordura corporal 14% e o tecido ósseo 22%. O corpo humano possui cerca de 70% de água em homens adultos e 75% em mulheres adultas. Essa diferença se deve à maior porcentagem de gordura corporal (com menor conteúdo de água) e a menor porcentagem de massa muscular (com maior conteúdo de água) das mulheres em relação aos homens.
 
Perdemos água através do suor, urina, fezes e até mesmo da respiração. Esta água deve ser reabastecida para que os nossos órgãos continuem a funcionar corretamente. No forte calor, um adulto pode perder até 1,5 litros de água através somente do suor.

Estudos têm demonstrado que, se o corpo perder apenas 2,5% do seu peso em água, pode perder 25% de sua eficiência. Isso significa que: um homem de 80 kg, provavelmente já desenvolverá problemas caso perca 2 litros da água corporal. Essa “pequena” desidratação pode engrossar o sangue, isso faz o coração trabalhar mais e a circulação ser menos eficiente, prejudicando a oxigenação do corpo. Isso é um sinal de alerta!
Mas, quanto tempo o corpo humano aguenta sem água?  Bem, supondo que se trata de alguém em boa forma, com o funcionamento normal de todos os seus órgãos e em condições normais (sem muito frio ou calor), um ser humano pode viver por cerca de 3 dias sem água. Mas, é claro que a degradação dos sentidos (olfato, visão, paladar, tato) e a queda nos sistemas do corpo (respiratório, circulatório etc) são obviamente graduais.
Uma desidratação leve (1º dia) engrossa a saliva, perde a frequência urinária e resulta numa urina com cor e odor fortes. Na desidratação moderada (do 2º ao 3º dia), a urina quase cessa – Claro, o corpo precisa economizar água – a boca, a mucosa do nariz ficam secas e pode gerar rachaduras, olhos fundos e sem lubrificação e batimentos cardíacos acelerados. A desidratação severa (do 3º dia em diante), a urina definitivamente cessa, perda temporária ou completa da sensibilidade e dos movimentos, cansaço devido a baixa oxigenação dos sistemas, vômito, diarreia. Até o 5º dia (dependendo da pessoa) há um estado de choque. A pele fica em tons azulados e muito fria, consequência da perda de pressão sanguínea. A partir dessa fase, o fim da vida é questão de tempo.
Em situações inesperadas, de emergência, de sobrevivência, em que não se dispõe de água suficiente ou mesmo o estoque é escasso, chega o momento de se utilizar uma técnica de racionamento. Dependendo da pessoa, um litro de água mantém em funcionamento precário as funções vitais do corpo por até cinco dias. Então se chega à conclusão de que é importante conhecer formas de se consumir pouca água para equalizar as grandezas de escassez de água x tempo incerto em que não se disporá de outra fonte de água.

Quando eu vou a campo, costumo levar cinco litros de água para dois dias. O fato de eu transpirar consideravelmente é uma contingência a se considerar para o planejamento da quantidade de água a ser levada em incursões em meios inóspitos. Parece muita água, mas não é. Dois litros dessa água ficam reservados para situações não planejadas. Razões exógenas podem surgir e me condicionar a ter de utilizar os mesmos recursos disponíveis por um tempo maior. Aí que entra essa técnica de baixo consumo de água.

Essa técnica tem de ser praticada em momentos normais para se conhecer os limites que a sede nos impõe e nos acostumar com seus efeitos. Obviamente essa técnica deve ser treinada pelo tempo absolutamente essencial para a produção do conhecimento, porque passar sede propositalmente além de desconfortável prejudica essencialmente nossos rins.

Os goles, que serão um de cada vez, devem ser dados lentamente e é altamente recomendável que você mantenha a água na boca por uns 20 a 30 segundos para umedecer satisfatoriamente a mucosa e aumentar a sensação de saciedade.
Se eu disser aqui em que consiste essa técnica, vai parecer piada pela simplicidade do procedimento. Na verdade não inventei nada. Existem inúmeras pessoas que a utilizam pelo mundo afora.

Basicamente é o seguinte: no momento em que você decretar situação de emergência em campo (você reconhecer que está perdido na mata, você está machucado em local de difícil acesso e outras tantas situações) é importante que o consumo de água seja reduzido em mais de 75%. No meu caso, treinei consumir um gole de água apenas quando a sede estiver incomodando bastante. Em situações em que estou em repouso, esse tempo gira em torno de 5 horas. Em casos de atividade física moderada ou intensa, o tempo cai para duas a 3 horas no máximo. Um gole de água tem aproximadamente a quantidade de 30 a 50 ml. Portanto, um litro de água dá para 20 ou mais goles. Se considerarmos que estamos em repouso, 20 goles de de água, em situação de sobrevivência, é o suficiente para cinco dias! Parece bom né? Infelizmente um gole de água passa a não matar mais a sede depois de dois dias consumindo essa baixa quantidade. Em caso de atividade física moderada ou intensa, um litro de água pode durar no máximo 3 dias. O fundamental é você simular essa situação e conhecer melhor os limites do seu organismo. 

domingo, 9 de março de 2014

Miojo: vilão ou aliado?

Uma pesquisa da Proteste realizada recentemente alerta que o consumo exagerado de miojo faz mal à saúde. Não somente o miojo, mas todos os outros produtos definidos como macarrão instantâneo fazem mal à saúde devido ao alto teor de sódio e de gordura em sua composição.
As doses exageradas de sal foram encontradas não só no tempero como na própria massa. Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS a ingestão máxima de sal por dia deve ser de apenas 2 gramas, o que equivale a uma colher rasa de café e cada embalagem de macarrão instantâneo traz pelo menos o dobro deste valor.
O excesso de sal na alimentação está ligado ao aumento da pressão arterial, problemas cardíacos, colesterol e comprometimento renal. A recomendação é de evitar ao máximo este tipo de refeição optando por alimentos mais saudáveis, e se possível, preparadas sem sal como saladas frescas e legumes cozidos. Para conferir algum sabor indica-se o uso de ervas finas e especiarias, que não fazem mal a saúde e são agradáveis ao paladar.
Pois bem, sobrevivente. Você já deve ter ouvido falar que o miojo é carrasco da saúde, mas tem um sem número de praticantes de bushcraft, sobrevivencialismo, camping que utilizam largamente o miojo nas refeições outdoor. Penso que o equilíbrio seja a essência. Comer miojo só em situações de acampamento não faz tanto mal assim. Alguns excessos são admitidos pelo corpo humano. O que é prejudicial e deletério é a regularidade da má alimentação. O que aconselho aqui é substituir o tempero que acompanha o miojo, por alho e sal. Particularmente, eu gosto de fatiar um tomate e acrescentar feijoada em lata (daquelas de 400 gramas). Fica ótimo e sustenta bastante.
O bom do miojo é que ele é muito versátil. As combinações possíveis são inúmeras, e cá entre nós, é uma delícia não é mesmo? Salsicha, calabresa, ovo, almôndegas enlatadas, enfim... a criatividade do sobrevivente é que vai dar sabor a uma das atividades mais prazerosas de se fazer no meio do mato: comer. Bom apetite.
Ótima noite!

quinta-feira, 6 de março de 2014

Planejamento prévio

Essas dicas são para você se preparar para um ataque futuro, mesmo que ainda improvável no teatro dos acontecimentos geopolíticos mundial (o que não o caso se considerarmos a crise na Ucrânia).

Elabore um planejamento de suas ações: Organização e planejamento são pilares de sustentação de uma ação bem desenvolvida e coroada com sucesso. Se você cogita a possibilidade de que o “simples” fato de existirem armas nucleares em nosso planeta possa ser um indicativo de que algum dia elas possam detonar em locais em que o Brasil não se livre dos efeitos da explosão ou mesmo dos efeitos da radiação resultante, você deve elaborar um planejamento criterioso para esse impasse. Mas para quê? Para se livrar do desespero avassalador que se abate sobre pessoas que não estão preparadas psicológica ou logisticamente, para enfrentar uma crise repentina. Se um ataque nuclear acontecer, não será seguro se aventurar pelas ruas em busca de alimentos, de água, de ajuda. O caos pode ter se generalizado e a chance de você arrumar mais problemas do que soluções é grande. Elabore um detalhado plano contendo basicamente as primeiras providências a serem tomadas após o conhecimento do ataque, itens armazenados e onde podem ser usados, prováveis locais para fuga, em caso de colapso do seu abrigo, o que fazer em várias outras situações, etc. 
 Os órgãos oficiais dizem que você deve se abrigar de possíveis efeitos da radiação por, no mínimo, 48 horas. Mas de tanto pesquisar pela internet afora, eu cheguei a conclusão de que o tempo absolutamente mínimo para sair do abrigo é 9 dias. Explico-me. A chuva que cai torrencialmente após a detonação nuclear traz restos dos materiais pesados e radioativos que se desprenderam do núcleo do artefato no momento da explosão. Esse material fica em suspensão no ar por alguns dias. Quanto mais você puder proteger sua pele do contato com esse tipo de material, melhor para você. Ter alimentos, água e suprimentos médicos à mão pode acalmar seu estado psicológico e permitirá que você se concentre em outros aspectos da sobrevivência (que são muitos).

Estoque alimentos: Determinados alimentos podem durar anos, se devidamente acondicionados e armazenados. São os liofilizados, enlatados, e os embalados com determinados condimentos que prolongam em muito tempo a vida útil do alimento (falaremos mais detalhadamente disso em momento oportuno). Escolha itens que contenham muito carboidrato, para o fornecimento de mais energia para seu corpo, e os armazene em um local fresco e seco. Alguns itens que devem se fazer presentes são: arroz branco, trigo, feijão, açúcar, aveia, macarrão, leite em pó, frutas e vegetais secos. Construa lentamente seu estoque, com paciência e seguindo o contido no seu planejamento. Sempre que você for ao supermercado, pegue um ou mais itens para seu estoque de comida. A quantidade de alimento que você vai armazenar depende do tempo que você definiu como meta para ficar
no abrigo e do seu consumo diário. Quanto mais tempo permanecer abrigado, mais alimento a ser estocado – regra básica. Existem cálculos em termos de consumo mínimo calórico por dia que um ser humano deva consumir que é de 2000 calorias por pessoa. No entanto, em situação de sobrevivência, em que você não sabe até quando vai precisar de seu estoque de alimento sem ter de recorrer ao meio externo para consegui-lo, aconselho a diminuir a quantidade de calorias consumidas, até porque você estará a maioria do tempo em repouso e esse estado consome menos energia.

Mesmo que não seja necessário o uso desses alimentos e quando sua vida útil estiver chegando ao fim, utilize-o em sua alimentação cotidiana e depois reponha o estoque. Outra coisa importante: certifique-se de ter um abridor de latas para alimentos enlatados.

Armazene água: considere manter um suprimento de água em recipientes plásticos. Limpe os recipientes com uma solução alvejante, depois os encha com água filtrada ou destilada.
A dica para cálculo de quantidade é 4 litros por pessoa por dia. Para purificar água, mantenha água sanitária e iodeto de potássio por perto (ou comprimidos de clorin).

Disponha de meios de comunicação: manter-se informado, bem como alertar os outros de sua posição, pode ser valioso para sua vida. 

Rádios: acredite! você vai precisar [e muito] de um rádio. Se for com 12 faixas de frequência é melhor, mas não escolha um rádio que tenha menos que 7 faixas. Os de 7 e 12 faixas são capazes de sintonizar emissoras que transmitem em ondas curtas que é a faixa de frequência que atravessa enormes distâncias, inclusive oceanos. Veja:

·   Ondas Curtas - 2.3 MHz a26.1 MHz, divididas em quinze bandas, apresentam longo alcance, porém baixa qualidade de sinal. As mais usadas são de 49, 31, 25 e 19 metros.
·   Ondas Médias - 520 kHz a 1610 kHz, utilizada nas Américas, esta banda possui médio alcance.
·    Ondas Longas - 153 kHz a 279 kHz, não disponível no hemisfério oeste, é usado para transmissões na EuropaÁfricaOceania e parte da Ásia.
·    Ondas Tropicais - 2300 kHz-5060 kHz de 120-90-60 metros, utilizada entre os Trópicos, esta banda possui longo alcance, razoável qualidade de sinal.


Um rádio pode ser o único meio de comunicação disponível para se saber o que está acontecendo no mundo, caso a falência da internet, sistema elétrico e canais de TV tornarem-se inoperantes. Isso pode ser a diferença entre viver ou morrer. Rádios que captam estações que estão transmitindo a grandes distâncias podem nos fornecer informações preciosas acerca da extensão da explosão, da possibilidade de se sair ou não do abrigo, etc. Tente encontrar um rádio que seja movido à energia solar ou à manivela. Se você tiver que usar um modelo à pilha, certifique-se de ter à mão pilhas extras. Manter um gerador de energia, mesmo aqueles pequenos de pouca potência, é essencial para sua sobrevivência. Recarregar um celular, ligar um rádio, acender uma lâmpada podem fazer a diferença entre o desespero e a tranquilidade.

Apito: útil no caso de ser imperativo pedir ajuda e a outra pessoa esteja longe demais para ouvir um grito seu, ou de você estar gritando contra o vento. Parece besteira, mas um simples apito já salvou inúmeras vidas.
Telefone celular: O serviço de telefonia celular pode ou não ser mantido. Se assim for, tanto melhor, mas essa possibilidade é pequena. Mesmo assim, encontre um carregador solar para o seu modelo.

Estoque suprimentos médicos: ter em estoque alguns itens médicos disponíveis pode fazer a diferença entre viver e morrer se você for machucado em um ataque. Você precisará de:
·      Um kit básico de primeiros socorros: Você pode comprar estes kits prontos, ou fazer o seu mesmo. Você precisa de gazes esterilizadas e curativos, pomada antibiótica, luvas de látex, tesoura, pinças, um termômetro e um cobertor.
·      Um livreto de instrução de primeiros socorros: Compre um desses, ou monte seus próprios materiais impressos da internet. Você deve saber como fazer curativos em feridas, administrar RCP, tratar choque e queimaduras. Mas devo lembrar que se todas as informações que estão contidas no livreto, estiverem assimiladas pelo sobrevivente ele terá muito menos sofrimento numa situação que já é desesperadora. 
 Medicamentos de prescrição médica e suprimentos: Se você toma um medicamento específico todos os dias, tente se assegurar de guardar um pequeno suprimento de emergência. Quanto ao prazo de validade dos medicamentos, consuma-os conforme a necessidade, mas renove o estoque.

Consiga outros itens diversos. Conclua seu kit de emergência com o seguinte: uma lanterna e pilhas; máscara de proteção contra pó; papel filme e fita adesiva; sacos de lixo, lacres de plástico e lenços umedecidos para limpeza pessoal; uma caixa de ferramentas.

Gostaria de fazer um adendo. Compre aqueles plásticos pretos e grossos que são vendidos em lojas de material de construção. Tire medida de suas janelas e portas e compre os plásticos para cada uma delas. Numerar as portas e janelas e corresponder os números nos plásticos poupará seu tempo. Essa vedação é importante para que não entre poeira radioativa em sua casa. A vedação é feita com o plástico e com fita adesiva (eu prefiro a fita silver tape (aquelas prateadas) que são resistentes e grossas).

Fique de olho nas notícias. Um ataque nuclear provavelmente não virá sem aviso da nação agressora. Tal ataque seria precedido por uma deteriorante situação política. Uma guerra com armas comuns entre as nações que possuem armas nucleares, se não concluída depressa, pode se intensificar e tornar-se uma guerra nuclear e até mesmo ataques nucleares em uma região pode se transformar em uma guerra nuclear mundial.

Muitos países têm um sistema de classificação para indicar a iminência de um ataque. Nos Estados Unidos e Canadá, por exemplo, pode ser útil saber o nível de DEFCON (DEFesa CONdição).

Aprenda a diferença entre as armas nucleares.:
·    Fissão (Bombas-A): arma nuclear mais básica e são incorporadas em outras classes de armamentos. Esta bomba é feita à partir da divisão de um núcleo pesado (plutônio e urânio) com nêutrons; pois a divisão de átomos do urânio e do plutônio libera grandes quantidades de energia - e mais nêutrons. Os nêutrons perigosos causam uma reação nuclear em cadeia extremamente rápida. As bombas de fissão foram os únicos tipos de bombas nucleares usadas em guerra, contra humanos, até agora.
·    Fusão (Bombas-H): usando o incrível calor de uma "vela de ignição" de uma bomba de fissão, comprime e aquece o deutério e o trítio (isótopos do hidrogênio, que se fundem, liberando uma imensa quantidade de energia). As armas de fissão também são conhecidas como armas termonucleares, já que é necessário altas temperaturas para fundir o deutério e o trítio; tais armas são geralmente muitas vezes mais poderosas do que as bombas que destruíram Nagasaki e Hiroshima.










quarta-feira, 5 de março de 2014

Radiação nuclear I

A ocorrência de um ataque nuclear em algum país é uma possibilidade possível de acontecer se considerarmos que existem armas nucleares no mundo. É ainda mais possível de acontecer se admitirmos que existem diferenças ideológicas entre alguns desses países possuidores de tal artefato. E para concluir essa funesta análise, se considerarmos que esses países são governados por seres humanos, e como tais, são dotados de defeitos inerentes a sua condição humana como orgulho, vaidade e egoísmo. Pronto! Temos um problema em potencial.

É fato que existem organismos supra nacionais (ONU, Tribunal Penal Internacional e outros) que têm a missão de agir diplomaticamente ou, em casos extremos, até mesmo militarmente, para dirimir conflitos entre países, ou entre determinado governo e seu povo, como é o caso das guerras civis. Felizmente até hoje ocorreram apenas dois impactos nucleares utilizados em conflito armado contra uma população. Estivemos na iminência de acontecerem de novo no caso da "crise dos mísseis" em Cuba.

No entanto o mundo vive às voltas com conflitos dos mais diversos matizes, e além disso, não é possível desconsiderarmos os terroristas que, agindo em causa própria ou religiosa, podem ter acesso a artefatos nucleares no mercado negro internacional e usá-los em suas pretensões nefastas.

Para nós brasileiros, a possibilidade atual de sermos atacados por um artefato nuclear é baixíssima, dadas algumas circunstâncias, como por exemplo, o fato de o Brasil ser um país historicamente pacífico, de não estar envolvido em questões polêmicas internacionais, por não possuir vizinhos que estejam envolvidos diretamente em conflitos entre Estados Nacionais. A Venezuela é um caso específico, mas que também não considero, em última análise, como alvo de pretensões nucleares a curto prazo.

Mas os Estados Unidos, que não estão tão longe assim de nós, (Miami a Fortaleza tem a distância de 5.500 Km em linha reta e Washington DC e São Paulo distam em 7.600 Km) podem ser alvo de explosões nucleares. Então esse assunto nos interessa diretamente, certo? Sim, e muito. A menor distância entre os dois países, como vimos acima é insuficiente para nos livrar da radiação resultante da explosão. Mesmo no caso da distância entre a capital norte-americana a São Paulo, não nos livra de malefícios causados pela radiação nuclear.

Felizmente existem técnicas que podem ser usadas para sobreviver em meio a esse cenário inóspito. Se estivéssemos mais perto da América do Norte, essas técnicas seriam ineficazes, mas no nosso caso, são fundamentais para que um maior número de pessoas se livrem das consequências catastróficas da radiação nuclear e recomecem uma nova história.

No próximo post falaremos disso com mais detalhes.


Até, sobreviventes!


terça-feira, 4 de março de 2014

Iminência de um conflito armado

Se você não acompanha noticiários na TV, nem se importa em ler notícias pela internet, saiba que o mundo está na iminência de uma guerra sem precedentes. Absurdo? Não se considerarmos os últimos acontecimentos no leste europeu.

Rússia e Ucrânia travam uma batalha diplomática (até o momento) composta por ameaças [podem ser blefes], fazendo com que um jogo de xadrez se estabeleça nos bastidores da diplomacia dos dois países. A mobilização de forças russas na Crimeia, com o devido apoio do Parlamento a Putin, nos dizem que um desenrolar danoso é provável, pois os Estados Unidos, na ânsia de conquistar um aliado no quintal do eterno inimigo ideológico, prometeu auxiliar militarmente a Ucrânia numa suposta invasão russa. Além disso, a China é aliada ideológica da Rússia, bem como Irã, Coréia do Norte, Cuba, Venezuela. Além de outros que se alinham ideologicamente a esses últimos países, como é o caso do Brasil. Na outra trincheira temos as democracias europeias (a União Europeia, principalmente) e vários destes países têm arsenal atômico. Esse cenário nefasto nos faz pensar em quais providências temos que tomar num caso de conflito envolvendo potências com poderio nuclear.

Daqui por diante faremos um apanhado diário das principais informações garimpadas por mim em várias agências de notícias mundo afora, e atualizaremos tudo aqui. E paralelamente a isso, daremos preciosas dicas de como se resguardar dos possíveis danos advindos de um conflito armado.

Se isso realmente acontecer, tempos difíceis nascerão nos horizontes da Terra. E dificuldades surgem para nos mostrar que somos mais fortes do que pensamos. Uma chance de sermos melhores que pensávamos e lutar com os recursos disponíveis para a manutenção de nossa vida e das pessoas que gostamos.

Bom dia.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

O quarto do pânico

Você já ouviu falar no "quarto do pânico"? Se você respondeu com um sim a essa pergunta, é bem provável que já tenha assistido ao filme que leva o mesmo nome, em que Jodie Foster se esconde em um quarto reforçado em uma casa. Ela tem uma infinidade de equipamentos de vigilância, segurança e suprimentos à sua disposição para fazer frente a bandidos que invadem sua casa. Eles a aterrorizam até que ela é forçada a sair e confrontá-los.
No entanto, os quartos do pânico não são tão dramáticos assim. A começar do nome. Eles costumam ser chamados de "quartos seguros". Mas suas origens são de muito antes que possamos imaginar. Desde a época medieval os senhores feudais usavam quartos seguros como proteção durante os confrontos.
 Os quartos do pânico de hoje tem uma tecnologia bem interessante. Especialistas em segurança dizem que com equipamentos de comunicação básicos, os ocupantes só precisam se esconder no quarto por algumas  horas, quando o socorro chega para reprimir a invasão sofrida na casa.
Mas fica uma pergunta: por que as pessoas precisam dele? Casas luxuosas que exibem glamour são chamarizes de ladrões. É uma espécie de sinônimo de dinheiro. Ações coordenadas de bandidos especializados podem jogar por terra os engenhos de segurança utilizados para impedir a entrada de malfeitores na casa. Nesse caso, o quarto do pânico é o plano B. Como consequência direta, os quartos do pânico se “popularizaram” entre essa fatia do mercado estimulando a montagem dessas semi-fortalezas num determinado local da casa.
São construídos com materiais resistentes ao clima e possuem vários recursos disponíveis tais como máscaras de gás e tabletes de iodeto de potássio para proteção contra ataques biológicos e nucleares. Algumas configurações de quartos podem até mesmo abrigar a família toda por um relativo período - até mesmo por um mês.
Além de suprimentos básicos e uma boa fechadura, os quartos do pânico incluem uma grande quantidade de recursos, desde armamentos até um bar com bebidas, pia, sanitários e outros tantos. 
O quarto do pânico é uma espécie de cofre para pessoas. Ali, quem for abrigado terá uma sobrevida que varia em função do número de pessoas, do tempo necessário, dos recursos à disposição. Opções mais modernas em segurança, eles vão de quartos com simples portas reforçadas até minifortalezas detalhadamente planejadas e construídas que protegem seus ocupantes contra ataques nucleares, biológicos e até mesmo furacões e invasões residenciais. Idealizados com tecnologia de ponta, eles são feitos com os materiais mais modernos e se parecem com esconderijos luxuosos.
Graças ao filme de Jodie Foster, muitas pessoas associam os quartos do pânico com invasões residenciais, o que acontece muito, mas na verdade esta não é a sua finalidade mais comum nos EUA. Eles são projetados para aguentar ventos com a força de furacões e tornados. São cômodos acessados por armários embutidos. Banheiros ou mesmo quartos comuns podem ser adaptados para ser quartos do pânico, os quais se localizam primordialmente no térreo e têm seus alicerces reforçados com aço e concreto.
Muitas pessoas que constroem quartos do pânico objetivam preservar coisas, e não pessoas. Eles podem esconder informações digitais valiosas, obras de arte, livros raros e outros. O ambiente impermeável e com clima controlado facilita que esses objetos não sofram danos por ficarem armazenados por muito tempo. Dependendo da quantidade de segurança que o cliente quiser e do dinheiro que tiver para gastar, os quartos do pânico possuem uma grande variedade de recursos de segurança. É possível reforçar um armário embutido e colocar alguns suprimentos de emergência ou construir uma outra casa dentro de sua casa.
Paredes
Um quarto do pânico é fundamentalmente uma caixa super reforçada com uma abertura. Então os seis lados da caixa - paredes, teto e chão - devem ser reforçados. É possível reforçar um armário embutido com madeira compensada se quiser um abrigo contra tempestade, mas isso não vai oferecer proteção contra invasores. O próximo passo é usar tela de arame ou rede de aço, e os painéis de Kevlar à prova de explosões para oferecerem a máxima proteção. A base reforçada com cimento pode criar uma base estável e um teto de aço, com painéis de Kevlar opcionais, irá impedir a entrada dos invasores de baixo até em cima.
A maioria dos fabricantes de quartos do pânico modernos usa Kevlar de peso leve e plásticos, o que torna possível sua construção em quartos que não estejam localizados no térreo. No entanto, o piso térreo ainda é o local mais seguro para a proteção contra catástrofes naturais, como furacões e tornados.

Entrada
Construídos para esconder seus ocupantes, torna-se primordial que a entrada seja invisível. Estantes de livros, armários na parede, acessos secretos dentro de guarda-roupas embutidos e portas escondidas são escolhas bem úteis.
A porta é o ponto fraco do quarto do pânico, então sua construção deve ser cuidadosa para neutralizar essa vulnerabilidade. Mesmo que suas paredes não estejam reforçadas com aço, é bom colocar uma porta de aço sólido. As fechaduras são embutidas e montadas dentro da porta em vez de serem colocadas fora dela. Com isso, oferecem um excelente nível de segurança, assim como as dobradiças e os parafusos de aço. As ombreiras de portas feitas de aço impedem que um intruso chute a porta e consiga abri-la. Os quartos do pânico com tecnologia de ponta geralmente têm fechaduras controladas por teclados numéricos, que usam as forças magnéticas para manter a ligação entre um íma colocado na moldura e um dispositivo colocado na porta.
Suas portas não têm chaves comuns porque elas podem ser perdidas ou cair em mãos erradas. Em vez disso, as portas podem ter fechaduras internas sem maçaneta, teclados de combinação numérica ou aparelhos para escaneamento de retina e de digitais.
No quesito comunicações o ideal é deixar um aparelho de telefone celular (como dispositivo principal) e um rádio-amador (como plano B) no cômodo reforçado caso precise se comunicar com o mundo exterior. Mas se o seu quarto do pânico for muito isolado ou reforçado para que o telefone celular funcione, você pode instalar uma linha telefônica subterrânea ou um botão de alarme diretamente conectado com a polícia ou com a equipe de segurança.


Importante também que quem está do lado de fora não ouça o que é falado dentro do quarto. Torná-lo à prova de som impede que o intruso ouça suas conversas com a polícia. E se os intrusos descobrirem que o dono da casa está no quarto, eles não conseguirão provoca-lo verbalmente.
Você deve se lembrar que o quarto do pânico de Jodie Foster tinha uma parede cheia de monitores que, de maneira dramática, mostravam cada canto da casa. O quarto do pânico típico - se tiver vigilância - tem um monitor conectado a uma série de câmeras escondidas. Os quartos do pânico com tecnologia de ponta também podem utilizar câmeras com sensor de calor (infravermelho) para o caso de a residência for atacada à noite.
Energia
São alimentados por geradores internos e independentes. O aspecto negativo disso é que o quarto do pânico deverá ter ventilação sob pena de intoxicação por monóxido de carbono que é proveniente da queima do combustível do gerador. Câmaras com controle de ar, temperatura e umidade podem ser usados para controle da ventilação interna. Eles podem ter sistemas de filtragem de ar separados que protegem contra armas biológicas, e aberturas falsas para confundir os invasores. E como um último recurso, os quartos do pânico com tecnologia de ponta podem incluir máscaras de oxigênio. Nas configurações de quartos mais básicos, luzes e telefones movidos a pilha ou a manivela podem ser o suficiente.

Suprimentos
É aqui que as pessoas podem enlouquecer um pouco, dependendo da quantidade de dinheiro que estão dispostas a gastar. Os suprimentos são as coisas que ajudam os ocupantes a sobreviverem durante um ataque - comida, água e equipamentos de primeiros socorros.
Os suprimentos para as pessoas de maior poder aquisitivo podem ir bem além do básico. Podem se tornar esconderijos de luxo com camas, bares e sistemas de entretenimento.